Vereador expõe situação crítica na Secretária de Obras de Rio do Sul

Denuncia de vereador eleito mostra Secretária de Obras e causa polemica nas redes
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Jessica Duarte

Jessica Duarte

O “Avanço” de Rio do Sul: A Secretaria de Obras em um Estado de “Beleza e Sofisticação”

Ah, Rio do Sul, essa joia rara do Alto Vale, onde a modernidade e o progresso, aparentemente, ainda estão em um suspense cinematográfico. Se a cidade fosse uma obra de arte, certamente seria uma pintura abstrata, onde os contornos são indistinguíveis e o conceito de “ordem” está longe de ser compreendido. Mas, em vez de culpar a falta de estética ou organização, quem diria que a verdadeira causa desse caos todo está, paradoxalmente, na própria Secretaria de Obras do município? Sim, essa pasta que deveria ser responsável por transformar a cidade em um ambiente digno do mínimo civilizatório, mas que, ao que tudo indica, está mais para uma cena de filme de terror.

Não é segredo para ninguém que a gestão passada, sob o comando do ilustre José Thomé, foi um verdadeiro triunfo para aqueles que apreciam a arte do imobilismo. Oito longos anos de um governo que conseguiu transformar o que deveria ser um centro urbano em um relicário de decadência. Se antes já era difícil encontrar algum vestígio de progresso, agora, com a atual administração, a cidade parece ter sido vítima de uma espécie de amnésia histórica. E onde, exatamente, o governo conseguiu depositar sua preciosa energia? Na sua própria estrutura interna.

Vamos falar da Secretaria de Obras, essa figura mitológica que deveria ser um pilar de eficiência, mas que se revela uma verdadeira trincheira de absurdos. Seus trabalhadores, que deveriam estar colocando Rio do Sul nos eixos, estão, há mais tempo do que o desejado, submetidos às condições mais insalubres possíveis. Os mesmos que empunham ferramentas para consertar as ruas da cidade são os que não têm sequer o direito básico de uma instalação sanitária decente para suas necessidades mais urgentes. E se pensam que a situação é apenas uma questão de “falta de manutenção”, enganam-se. Os locais usados para higiene pessoal são, por assim dizer, uma reminiscência de tempos passados, onde o conceito de conforto e dignidade era uma utopia. O cheiro do abandono deve ser uma constante em cada canto daquela secretaria, onde, ao que tudo indica, os recursos humanos são mais negligenciados do que as próprias vias públicas da cidade.

Mas, claro, não podemos deixar de aplaudir o “esforço” da gestão passada. É uma verdadeira escola de como não administrar: começamos com as condições subumanas de trabalho e, em seguida, avançamos para uma cidade que, se pudesse, pediria desculpas por sua própria existência. As ruas seguem esburacadas, os asfaltos, se ainda existem, parecem ter sido criados com a fórmula mágica do “descaso”, e a infraestrutura da cidade está mais para uma performance artística do que para um serviço público eficiente.

A gestão de José Thomé pode ter durado oito anos, mas, se fosse para fazer um comparativo temporal, pareceram mil. A sensação de estagnação é palpável, uma verdadeira imersão no conceito de tempo congelado. E se o passado recente deixou muito a desejar, a população anseia por novos ares. Afinal, se a base está abandonada, como esperar que o edifício da cidade se erga? Quem sabe em mais alguns anos, a população de Rio do Sul consiga assistir à instalação de uma verdadeira estrutura de trabalho. Ou não.

E, para fiscalizar, temos a figura do recém-eleito vereador Ruan Cipriani, que, embora tenha sido eleito com o objetivo claro de aprimorar a segurança pública de Rio do Sul, não pôde deixar de se deparar com a situação deplorável em que se encontram as condições de trabalho na Secretaria de Obras. Talvez, por um instante, tenha se questionado se não deveria redirecionar sua campanha para uma luta mais urgente: a higiene básica e a dignidade dos trabalhadores municipais. E foi isso que fez, ao expor, em um vídeo gravíssimo, a realidade visível e palpável do abandono em que se encontram os profissionais da pasta. Sem rodeios ou filtros, o vereador fez questão de compartilhar nas redes sociais a indignação.

Esse vídeo, claro, gerou um furor nas redes, e não é para menos: enquanto a segurança pública ainda é um desafio complexo e doloroso, não se pode ignorar que, sem uma estrutura mínima e decente para os servidores, o próprio funcionamento da máquina pública fica comprometido. A prioridade de Cipriani, que deveria ser a proteção dos cidadãos, se vê, paradoxalmente, também no campo da saúde e bem-estar dos servidores municipais. Afinal, sem condições de trabalho dignas, como esperar que alguém cumpra seu papel de maneira eficaz? Quem garante que os esforços para uma cidade mais segura não sejam engolidos pela negligência institucional que começa, e talvez nunca termine, pelos corredores da Secretaria de Obras?

Enquanto o vereador Ruan Cipriani se empenha em expor e, quem sabe, corrigir tais absurdos, o município de Rio do Sul segue sua jornada épica — ou tragicômica, dependendo do ponto de vista — em busca de um futuro mais limpo, mais seguro e, quem sabe, um pouco menos insalubre.

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