Supermercado Nardelli muda de nome e causa estranheza entre munícipes

De maneira silenciosa e sem grandes explicações públicas, o nome Nardelli foi deixado para trás, substituído por "Catarinão".
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Jessica Duarte

Jessica Duarte

A Tradição Perdida: O Supermercado Nardelli e o Impacto da Mudança de Nome para “Catarinão”

Em uma cidade marcada pela história e pela memória de suas ruas, um dos maiores símbolos da tradição local foi subitamente alterado, deixando muitos riossulenses com o coração apertado e a mente repleta de questionamentos. O supermercado Nardelli, que durante 85 anos foi um marco na vida cotidiana de Rio do Sul, passou a se chamar “Catarinão”. A mudança, que em princípio poderia parecer trivial, gerou uma onda de tristeza e perplexidade entre aqueles que reconhecem no Nardelli não apenas um estabelecimento comercial, mas um pilar da identidade histórica da cidade.

Foto reprodução: GCD Notícias

Fundado em 1939 pela família Nardelli, o supermercado foi, ao longo das décadas, mais do que um simples local de compras. Para muitas gerações, o Nardelli representava um elo com o passado, um testemunho vivo das raízes e da história de Rio do Sul. A marca, que durante anos se manteve fiel ao nome e à tradição da família, transformou-se numa verdadeira instituição, e sua mudança de nome agora desperta dúvidas, melancolia e até um certo pesar entre os moradores mais atentos à evolução da cidade.

De maneira silenciosa e sem grandes explicações públicas, o nome Nardelli foi deixado para trás, substituído por “Catarinão”, que carrega uma identidade mais genérica, ainda que faça menção ao nosso estado, e voltada para o comércio em larga escala. O fato de uma instituição com tamanha carga simbólica ter se desvinculado de sua história e de seus fundadores tem gerado questionamentos nos bastidores da cidade. Há rumores, circulando pelos cantos mais discretos de Rio do Sul, que apontam para razões de ordem estratégica, talvez uma modernização da marca ou uma adequação ao novo perfil de consumidores. Porém, a realidade é que, até o momento, nada foi oficialmente confirmado. O que permanece é o vazio deixado pela perda de uma parte significativa do legado familiar e da história de Rio do Sul.

A cidade, que sempre se orgulhou de sua origem e de suas tradições, vê-se agora diante da perda de um pedaço de sua própria alma. A mudança de nome do supermercado Nardelli não é apenas uma simples readequação de marketing; é a erosão de um legado que representava não apenas um empreendimento comercial de sucesso, mas também o esforço de uma família que dedicou a sua vida ao crescimento e à prosperidade de Rio do Sul. Esse movimento, sem uma explicação clara e com ares de mistério, toca em um ponto sensível: a identidade cultural de uma cidade que perde, lentamente, algumas das suas âncoras.

A nostalgia do nome Nardelli é palpável para muitos riossulenses, especialmente aqueles que viveram a evolução da cidade. Para eles, a mudança de nome é mais do que uma mera transição mercadológica; é um reflexo de como as dinâmicas comerciais estão, muitas vezes, desvinculadas das raízes que sustentam a comunidade. O supermercado Nardelli não era apenas um ponto de consumo, mas um marco, uma lembrança de uma era em que o comércio local ainda carregava a força de seus fundadores, aqueles que viram o crescimento e o desenvolvimento da cidade.

O que fica, então, é a inquietante sensação de que, ao trocar um nome tão carregado de história, Rio do Sul perde um pouco de si mesma. E, para muitos, a verdadeira questão persiste: qual foi o real motivo por trás dessa decisão? Por que um nome tão carregado de significados foi abandonado? E, mais importante ainda, o que se perde quando um nome histórico é substituído por um título genérico e impessoal?

As respostas, por ora, parecem estar nas sombras, deixando em sua esteira uma cidade que, talvez, precise refletir sobre o que está sacrificando em nome da modernidade. O que ficou claro é que, ao mudar o nome de um ícone local como o Nardelli, Rio do Sul não está apenas testemunhando uma mudança no comércio; está vendo uma parte de sua história ser reescrita e, possivelmente, apagada para sempre.

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