Caso de nordestino desaparecido em Rio do Sul e caso ‘Tiú França’ estão supostamente interligados segundo a atual presidente do Partido dos Trabalhadores de Rio do Sul
Nas semanas, os ânimos em Rio do Sul não foram apenas aquecidos pelo calor do sol catarinense. Não, meus caros! O que realmente incendiou as almas e aqueceram os corações — e não digo isso de maneira metafórica — os recentes acontecimentos envolvendo um riossulense em Brasília e os fatos que se sucederam após são lamentáveis na história da cidade.
O que surpreendeu ainda mais os moradores de Rio do Sul, foi a entrevista dada pela ilustre presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Rio do Sul, Regina Ferreira, que, ao melhor estilo de um romance de mistério, fez revelações bombásticas sobre um desaparecimento de um “companheiro de luta” e, de quebra, lançou mão de acusações nada sutis contra a gloriosa Polícia Militar e do Bope, transformando a conversa em uma verdadeira novela de desinformação e intriga.
Apesar de sumido, o Partido dos Trabalhadores em Rio do Sul, aparece repentinamente, em uma das declarações mais “esclarecedoras” — se é que podemos usar esse termo de forma apropriada — foi a que sugeriu, com uma dose considerável de criatividade, que o sumiço do referido “companheiro” teria algo a ver com as ações da corporação policial. Segundo a presidente, a Polícia Militar estaria de algum modo envolvida no desaparecimento, ou ao menos não tem demonstrado vontade na resolução do caso que está aberto há 13 dias. E tudo isso com uma destreza de contadora de histórias digna dos melhores romances de Agatha Christie, com direito a uma série de “indícios” que mais se assemelham a pistas falsas num jogo de xadrez político.
A narrativa, que poderia facilmente ser confundida com um capítulo de um conto de detetive, começou com a simples descrição de um desaparecimento: o “companheiro” em questão teria, segundo a presidente, era muito festeiro, mas não representava perigo. Como é de praxe em momentos de grande comoção e incerteza, logo foi estabelecida uma teoria. Não faltaram suposições de que o “desaparecimento” não passava de uma obra orquestrada — claro, sempre com o toque de maestria de quem tem intimidade com as subversões políticas — pela própria Polícia Militar. Mas, quem somos nós para duvidar de uma afirmação que vem carregada de tanto fervor ideológico?
A “análise” da presidente teve como ponto de partida a alegação de que, antes do desaparecimento, o referido companheiro teria sido abordado por policiais em uma operação na qual, supostamente, ele teria sido “intimidado” e, por isso frequentemente anunciava que “os homi” estariam lhe perseguindo.
A conversa seguiu por um caminho tortuoso, onde a teoria conspiratória se desenrolou como um tapete persa de acusações entrelaçadas. Regina, em tom enfático, insinuou que a falta de esclarecimentos por parte da polícia demonstrava uma “culpa não declarada” — e o pior: uma “complacência” com o desaparecimento, que se tornaria, aos olhos de quem ouvisse, uma articulação estratégica da instituição.
Tudo isso, claro, com o objetivo de criar um clima de anti bolsonarismo e uma falsa ligação com o aumento de violência, que claramente não decorre deste fato. Ah, as narrativas! Sempre tão bem vinda para alimentar os discursos inflamados e fervorosos, e tão conveniente para aqueles que buscam alavancar sua popularidade às custas da desinformação.
Não podemos deixar de notar, porém, o tom de teatrilidade com que a presidente do PT se apropriou do momento e também o tom de seu “companheiro” de live, que indaga, quase em tom de acusação a polícia para que esclareça os fatos já que há indícios de envolvimentos pelos mesmos.
Vale ressaltar, por fim, que, em tempos de polarização exacerbada, a linha entre o que é fato e o que é ficção política se torna cada vez mais tênue. E, neste caso, a presidente do PT de Rio do Sul não poupou esforços para tecer uma teia de acusações que, no final, mais parecia uma tentativa de fazer da crise um palco para seu próprio espetáculo de desinformação. Afinal, quem precisa de provas concretas quando se tem a habilidade de moldar a narrativa à sua própria conveniência?
O entrevistador ainda sugere que o caso do Tio França tenha alguma ligação com o desaparecimento do nordestino Zé Ceará, numa tentativa quase desesperada, semelhante à Rede Globo de notícias ao tentar ligar o Caso Marielle Franco com a família Bolsonaro.
Em resumo, a entrevista revelou não apenas o desaparecimento de um “companheiro de luta”, mas o ressurgimento de uma habilidade política que já conhecemos bem: a arte de transformar um fato isolado em um vendaval de acusações, sem, ao menos, se dar ao trabalho de verificar a veracidade do que se está dizendo. Mas, para quem está habituado a lidar com a memória seletiva e as tramas mirabolantes, isso é apenas mais um dia no escritório.
Abaixo o link para sua apreciação (ou não) da entrevista em sua totalidade.