Quando o Estado entra pela porta da frente e não sai mais

Não é de hoje que a saúde pública brasileira agoniza na UTI. A precarização dos serviços, a escassez de recursos e a ineficiência na gestão compõem um cenário crônico de abandono. Apesar de esforços pontuais em nível regional e federal, as políticas públicas parecem incapazes de curar o mal que elas mesmas ajudaram a cultivar. O que deveria ser um compromisso com o pagador de imposto, transformou-se, há tempos, em um campo de disputas ideológicas e eleitoreiras. A saúde, que deveria ser objeto de responsabilidade solidária das famílias, das comunidades e de instituições livres, foi sequestrada pela promessa estatal de ser um ‘direito garantido’ – promessa essa que jamais conseguiu cumprir, converteu-se em moeda de troca: promessas de melhorias em troca de votos, favores escusos travestidos de políticas públicas.