O Conservadorismo de Boutique: A Farra dos políticos “conservadores” e Seus Atos Inconvenientes
Em um cenário político onde o termo “conservador” se tornou moeda de troca para conquistar votos, aos que têm um olhar mais atento e sensível, é possível observar uma grande hipocrisia que ronda os políticos que não se cansam de esbravejar aos quatro ventos serem “conservadores”. Este bicho raro, um exímio “defensor dos valores tradicionais e dos bons costumes”, parece viver em um mundo paralelo onde a teoria e a prática são duas realidades distintas, e quem ousa criticá-lo está, evidentemente, sendo um “falso conservador”.
Em nossa cidade temos um exemplar, esse nobre político, figura carimbada em rodas de conversa sobre os males da modernidade e o avanço da corrupção nos costumes, possui uma curiosa trajetória de “integridade” que, por motivos misteriosos, parece sempre ter um último capítulo de recomeço: o seu casamento. Este nobre político, dito, por ele mesmo, conservador de carteirinha, pode estar na terceira mulher, mas claro, isso é um detalhe irrelevante quando se está ocupado demais pregando os princípios de uma vida “sagrada”, onde o matrimônio é intocável e os valores familiares são inquestionáveis. Em seu discurso inflamado, jura de pés juntos que a moralidade e os bons costumes estão em risco, exceto, claro, quando ele mesmo decide renovar seu compromisso matrimonial, repetidamente, como se estivesse apenas “experimentando” diferentes modelos de compromisso. Já não bastasse, os novos relacionamentos vêm sempre, às vésperas eleitorais, claro, a fim de posar de bom moço conservador, sempre se faz necessário uma bela mulher ao lado!
O político, que com a mesma destreza com que troca de esposa parece também trocar de ideologia, tem a ousadia de afirmar, em alto e bom som, que há muitos “conservadores de fachada” espalhados pelo país. Pois bem, é bom lembrar que ele mesmo é uma espécie de avatar desse conservadorismo de plástico, estampado na vitrine das eleições, mas vazio por dentro. O dito político, com sua verve de “homem do povo”, se coloca como o paladino da moralidade, mas suas ações, cá entre nós, são mais parecidas com um roteiro de comédia pastelão.
E não é que ele ainda tem a coragem de apontar para outros como “falsos conservadores”? Como se sua própria história de amores efêmeros e compromissos matrimoniais com prazo de validade fosse o auge da virtude e estabilidade que ele tanto prega. Ah, sim, a ironia da vida pública brasileira jamais decepciona. O tal político, o “conservador”, é o mesmo que usa o discurso moralista como um disfarce, enquanto suas atitudes pessoais são um verdadeiro espetáculo de incoerência.
Mas a questão aqui vai além do ridículo: em tempos onde a ética parece ser uma moeda em desuso, onde a palavra “conservador” se tornou um rótulo mal encaixado e mal interpretado, o caso deste político surge como uma farsa embalada a vácuo. Ele não é apenas um “conservador de boutique”, mas um verdadeiro mestre em se mostrar o que não é, com um talento invejável para iludir quem ainda se deixa levar pela encenação.
Aos mais atentos aos burbulinhos no meio político, sabem que não apenas de divórcio que vive o político de roupagem conservadora, mas também de relacionamentos tóxicos e abusos psicológicos, que foram relatados ao público em podcast por uma das primeiras damas que já tivemos.
No fim das contas, o que este e outros como ele nos mostram é que ser conservador é, para muitos, um passatempo que se pratica enquanto se mexe na prateleira de valores. Tudo isso, claro, enquanto jogam as peças da moralidade para lá e para cá, conforme as conveniências de suas próprias vidas e interesses. Em um país onde a farsa se mistura com a política e a sinceridade virou uma relíquia do passado, talvez o único conservadorismo real seja aquele que se mantém fiel àquilo que é verdadeiramente inquestionável: o eterno e imutável jogo de aparências.