A cruzada moral de Mário Sérgio contra a Liberdade

Vereador Mario Sérgio usa tragédia para defender a censura nas redes sociais. Artigo critica o autoritarismo disfarçado de regulação e reforça a importância da liberdade de expressão.
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Quando a tragédia vira pretexto e a liberdade vira alvo: o novo espetáculo autoritário de sempre.

Enquanto o mundo gira, Mário Sérgio (MDB) discursa. Na última sessão da câmara municipal, em 17 de Abril de 2025, nosso impávido vereador — entusiasta confesso da tutela estatal — ergueu-se na tribuna como um inquisidor moderno, denunciando a liberdade da internet como se fosse ela, e apenas ela, a fonte de todos os males da humanidade contemporânea. Munido de retórica dramática e convicção paternalista, clamou pela urgente regulamentação das redes sociais, como se a censura mascarada de regulação fosse um bálsamo civilizatório.

A tragédia que usou como trampolim emocional foi, de fato, comovente: uma jovem perdeu a vida ao participar de um “desafio” online envolvendo a inalação de aerossol. Um episódio triste, sem dúvida, mas também um exemplo escancarado de como políticos oportunistas se aproveitam de casos isolados para justificar o avanço do Estado sobre liberdades individuais. A menina morreu, e quem será punido? O livre fluxo de informações. Porque, segundo Mário, é a internet que mata. Não a negligência dos pais, não a omissão da escola, não a ausência de senso crítico — mas a internet, essa entidade quase mística que precisa ser domada a qualquer custo.

Mário Sérgio Stramosk, como todo bom paladino da nova esquerda autoritária, tem um currículo previsível: apoiou com fervor o lockdown irrestrito, defende vacinação compulsória com brilho nos olhos e, agora, pede com veemência que se cale a voz de milhões por conta dos erros de poucos. É o velho moralismo travestido de progressismo — controlando comportamentos em nome do bem comum. Um paternalismo de jaleco acadêmico, que jamais confia no indivíduo, mas venera o Estado como tutor eterno das massas.

Um argumento que esse espectro político gosta, são as tais “fake news”. Como se mentiras fossem invenção do mundo digital. Mentiras sempre existiram: nos púlpitos, nas campanhas eleitorais, nos jornais impressos. A diferença é que agora qualquer um pode falar — e isso, para alguns, é simplesmente inaceitável. Quando o povo ganha voz, a elite do discurso perde o monopólio. E aí, claro, surge o clamor por regulação.

Regulamentar redes sociais sob o pretexto de proteger é, na prática, instituir um novo tipo de censura: o filtro estatal da verdade. E quem define o que é verdade? O Estado. Que conveniente.

A liberdade é desordeira, incômoda, às vezes até perigosa. Mas é dela que nasce o debate genuíno, o progresso real, a maturidade cívica. Calar vozes em nome da ordem é o caminho mais curto para a tirania — ainda que embalada em boas intenções e discursos emocionados.

Portanto, nobre vereador, guarde sua compaixão autoritária e seu zelo censor. Deixe a internet em paz. Quem quiser silêncio, que feche o navegador — mas não feche a boca dos outros. A praça pública do século XXI é digital, e nela há espaço para todos — até para o senhor.

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