Fórum da Setorial de Música teve eleição acirrada na Fundação Cultural de Rio do Sul

A Fundação Cultural de Rio do Sul foi palco de um evento de grande importância para o setor cultural da cidade: o Fórum da Música
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Jessica Duarte

Jessica Duarte

Fórum da Música em Rio do Sul: Eleição Democrática e Controvérsias em Torno da Nova Lei de Proibição de Shows que Apologizem Drogas

Na noite de ontem (19 de Março de 2025), a Fundação Cultural de Rio do Sul foi palco de um evento de grande importância para o setor cultural da cidade: o Fórum da Música, que, além de promover um debate enriquecedor sobre os rumos da música local, teve como destaque a eleição democrática para a definição dos novos representantes da Setorial de Música no Conselho Municipal de Cultura. A chapa vencedora, com uma vantagem apertada de 59 a 50 votos, foi composta por Faiska, empresário proeminente no setor de eventos, shows e festivais, e Jair Marques, grande nome na área de sonorização e produção de eventos.

A reunião ordinária, transcorreu de maneira ordeira e democrática, com os candidatos apresentando propostas sólidas e demonstrando amplo conhecimento sobre os desafios enfrentados pela classe artística da cidade. A votação, que evidenciou a representatividade do setor, resultou na confirmação de uma dupla que já é bem conhecida no meio e que, agora, assume a responsabilidade de representar a música local dentro do Conselho Municipal de Cultura.

A condução da reunião se deu sob a liderança do presidente do Conselho, Lucas Viapiana, que demonstrou habilidade diplomática ao mediar o processo eleitoral. Sua postura serena e sua capacidade de garantir que o ambiente fosse propício ao debate e à expressão de todas as opiniões foram louváveis, evitando que eventuais desentendimentos tomassem grandes proporções.

Além dos novos eleitos, o evento contou com a presença de figuras importantes do cenário político e cultural da cidade, como o vereador Zeca Bittencourte o também vereador Ruan Ciprini, que tem se mostrado atento às demandas culturais do município e engajado nas discussões que envolvem o fortalecimento de uma cultura alinhada aos anseios da comunidade. Ambos se mostraram favoráveis ao processo eleitoral, reforçando a importância da democracia e da participação cidadã nas decisões relacionadas ao setor.

Entretanto, o encontro não se limitou à eleição e à celebração da democracia. Discussões acaloradas tomaram conta do ambiente quando foi trazido à tona, um tema controverso: a recente aprovação da nova lei na Câmara dos Vereadores de Rio do Sul, que proíbe a contratação de shows que façam apologia às drogas. A legislação, que gerou um intenso debate, foi um dos principais pontos de divergência entre os membros do Conselho Municipal de Cultura.

Alguns conselheiros expressaram sua insatisfação, alegando que não foram consultados durante o processo de criação da lei, enquanto ela ainda tramitava como projeto na Câmara. Para esses membros, a consulta às entidades culturais teria sido uma etapa imprescindível, uma vez que as decisões que envolvem a cultura e os artistas devem ser tomadas de forma colaborativa e com a participação ativa daqueles que lidam diretamente com o setor. Por outro lado, os vereadores defenderam a autonomia do Legislativo, argumentando que, enquanto representantes eleitos pelo povo, têm o direito e o dever de legislar em prol da coletividade, sem que seja necessário consultar entidades específicas.

Esse impasse gerou uma reflexão mais ampla sobre o papel das entidades culturais na formulação de políticas públicas, destacando a necessidade de um diálogo constante entre os poderes Executivo, Legislativo e a sociedade civil. O evento, apesar das divergências, contribuiu para o fortalecimento da democracia e da transparência nas discussões sobre o futuro da cultura em Rio do Sul.

Em meio às tensões, o Fórum da Música se consolidou como um marco para o setor, reafirmando a importância de espaços democráticos onde as ideias possam ser debatidas de maneira construtiva. A eleição dos novos representantes da Setorial de Música e o debate em torno da nova legislação são apenas o começo de um processo que, sem dúvida, terá desdobramentos importantes para o cenário cultural da cidade nos próximos anos.

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