Ah, o excelentíssimo ex-prefeito José Thomé, o eterno de Rio do Sul, cuja presença no cargo ainda persiste mais intensamente do que as lembranças da última eleição. Sim, aquele mesmo José Thomé que, após oito longos e, no mínimo, questionáveis anos à frente da prefeitura, finalmente encerrou seu mandato – mas não sem antes se agarrar a um cargo na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Logo em Fevereiro, não deu tempo nem de esquentar a cadeira, não é mesmo? Como diz o ditado popular: “Quem não quer trabalho, arruma um carguinho na ALESC!”

Logo após deixar o comando de Rio do Sul, o ex-prefeito prometeu que usaria o tempo livre para “cuidar de suas empresas”, numa postura quase digna de um magnata do setor privado. Mas, como sabemos, a tentação de um cargo público é maior que a promessa de autossuficiência. Em menos de nada, Thomé já estava arrumando um espacinho na Assembleia Legislativa, como se o fim de sua gestão não fosse o suficiente para, finalmente, dar espaço a novos ares. Afinal, o que é mais atraente que mamar nas tetas do governo do estado? E se alguém ainda tinha dúvidas sobre sua verdadeira vocação, o atual cargo em T.I. na ALESC serve como a resposta definitiva: longe da gestão municipal, mas ainda muito perto do poder.

Ainda com um perfil no Instagram onde se ostenta como prefeito (talvez esperando que alguém o reconheça na rua, ou quem sabe, o chamem para uma reunião), Thomé não se dá por vencido. Ele continua, de forma incansável, tentando jogar nas costas do atual governador Jorginho Melo os problemas que ele mesmo criou durante seus anos à frente da prefeitura. Seu argumento? A eterna desculpa das “enchentes”. Enchentes que, para Thomé, servem como válvula de escape para a gestão precária de uma cidade que, durante sua administração, parecia estar permanentemente parada no tempo.
A verdade, no entanto, é simples e inconveniente: José Thomé não foi um bom prefeito. Seu legado é um município de Rio do Sul caindo aos pedaços, um retrato de um governo recheado de slogans vazios, como “A Capital das Oportunidades”, enquanto a única verdadeira oportunidade era afundar em um buraco a cada 30 metros (ou menos do que isso). Em quase uma década no poder, a cidade mais parecia um cenário pós-apocalíptico, onde a única coisa que se revitalizava era a desculpa de que a cidade estava “à espera de recursos”. Mas esses recursos nunca vieram de onde deveriam: do próprio governo municipal, que deveria demonstrar destresa ao cuidar do dinheiro público. Mas gestão não é o forte, ao que parece!
E, então, temos o atual governador Jorginho Melo, que, ao contrário de Thomé, parece estar tentando dar um novo fôlego à cidade, com a sinalização de 47 milhões de reais para revitalização da cidade. Mas, ah, claro, para o ex-prefeito, isso é apenas uma tentativa de “encobrir os erros da administração passada”, como se a culpa pela falência de Rio do Sul nos últimos anos fosse de todos, menos dele.
No fim das contas, José Thomé não superou o fim de seu mandato. E, aparentemente, a nostalgia por aquele cargo que já não lhe pertence ainda é muito forte. Com um olho no Instagram e outro na próxima eleição, ele segue sua busca por novos “cargos” que tragam aquela mesma sensação de poder que tanto lhe faz falta. Afinal, quem precisa de uma cidade bem administrada quando se tem uma ALESC para chamar de “lar”?
O ex-prefeito de Rio do Sul nos deixou um legado imortalizado na ineficiência e na eterna busca por um novo “carguinho” — e, talvez, na esperança de que sua gestão desastrosa seja um dia esquecida. Mas, ao contrário do que ele espera, Rio do Sul não esqueceu. E, mais importante, também não perdoou.